Você
já viu um porco-ovelha por aí? O animal meio diferente que você vê nas fotos
desse artigo não é o resultado de uma experiência genética do cruzamento de um
porco com uma ovelha ou carneiro, não. Na verdade, ele pertence a uma raça
suína chamada Mangalitsa, que não tem a interferência de nenhum tipo de animal
ovino ou caprino no processo reprodutivo.
O
Mangalitsa é uma das mais antigas raças européias, e a criação de seus rebanhos
começou por volta de 1830 no Império Austro-Húngaro. Isso aconteceu após o
Arquiduque Joseph Anton Johann receber alguns porcos Sumadija de um príncipe
sérvio e cruzá-los com exemplares das raças antigas Bakony e Szalonta,
resultando no curioso “porco-ovelha”.
A
raça foi inicialmente reservada para a realeza, mas se tornou tão popular por
causa de seu sabor que até o final do século 19 esta era a mais importante raça
suína na Europa.
Nessa
época e nas décadas seguintes, muitos dos rebanhos foram conduzidos da Hungria
para a Áustria. Porém, com a mudança de condições na criação de animais após a
Segunda Guerra Mundial, a pecuária húngara foi coletivizada e a raça
rapidamente foi desaparecendo, sendo substituída por raças mais magras e de
mais rápido crescimento.
Até
o final da década de 1970, os porcos Mangalitsa na Áustria só podiam ser
encontrados em parques nacionais e zoológicos, sendo que menos de 200 fêmeas
reprodutoras permaneceram na Hungria. Mas tudo mudou em meados da década de
1980, quando esses dois países retomaram a criação da raça devido ao sucesso do
kobe beef de carne de porco.
Atualmente,
na Hungria, existem mais de 10 mil fêmeas reprodutoras, e já existem criadores
de Mangalitsa na maioria dos países europeus, assim como nos Estados Unidos e
na Rússia. Com isso, restaurantes renomados da Europa servem a deliciosa carne
de porco Mangalitsa, e a demanda nos EUA está crescendo rapidamente. Ah, o
animal é tosquiado uma vez ao ano perto dos meses mais quentes e o seu pelo
também pode ser aproveitado para lã.
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